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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo, com trabalho, respeito e ética.

Prof. Nelson Alonso

domingo, 28 de dezembro de 2008

Interdependencia das Nações

A interdependência entre as nações já mostrava sinais do seu nascimento nos séculos anteriores. Grandes teóricos como Adam Smith, considerado o pai da economia, contempla em sua maior obra: A riqueza das Nações em que o livre cambista do século XIX; a introdução da moeda ,numerário geralmente aceito para discutir o problema das diferenças entre os preços nominais e reais; a especialização na produção de mercadoria produzida com maior eficiência, que as demais nações, ou seja, que tenha vantagem absoluta aprendessem a dividir e especializar o trabalho, eram, e poderiam sim aumentar as suas riquezas e compartilhá-las com o seu povo. Logo após, nessa mesma época aparece o teórico David Ricardo também inglês, que mostrou com a sua teoria das vantagens comparativas, que não era necessário que uma nação possuísse vantagens absolutas para sua especialização, sendo que o comércio seria mais vantajoso, discordando do seu antecessor . Fenômeno esse que ocorre até hoje. O que significa de uma maneira bastante simples : um país pode comprar um determinado produto que produz de outro, desde que represente uma vantagem comparativa.
Podemos perceber que até hoje o modelo que predomina no mundo de forma bastante intensa é esse , o da vantagem comparativa, em que os países desenvolvidos ou não vivem buscando soluções melhores para as necessidades locais. Por outro lado as nações mais desenvolvidas perceberam a necessidade de ampliar os seus domínios nos tempos modernos através da ampliação de sua economia, pois o seu desenvolvimento industrial e tecnológico, requerem a necessidade de mais consumidores .
As nações menos desenvolvidas foram ao longo do tempo influenciadas a criar novas legislações locais para proteger os investimentos desses países desenvolvidos para ter acesso a essas tecnologias e para se beneficiarem. Essas estratégias ao longo dos anos arremeteu para outras fases do desenvolvimento global e local ,pois sabemos da importância proporcionada pela tecnologia que possuímos no dia a dia.
Ao mesmo tempo, com a abertura dos mercados mundiais cada vez mais agressiva, passamos a viver outros tipos de desenvolvimento. As empresas nacionais tornaram-se transnacionais e começaram aí as grandes preocupações das nações em geral ,pois o capital havia transposto fronteiras econômicas antes inimagináveis , de forma bastante agressiva e buscavam a qualquer custo o lucro.
As nações preocupadas com o avanço comercial das empresas transnacionais em alguns países, em que o faturamento era maior que o Produto Interno Bruto de nações não desenvolvidas, aperceberam-se da necessidade de regularem essas relações de negócios, para evitar uma ação altamente predatória dos países mais desenvolvidos.
O tempo passou, o mundo atual inclui um novo cenário nas relações internacionais, como a divisão do mundo econômico em acordos regionais de comércio; o papel das empresas transnacionais no comércio; a globalização da economia com o desaparecimento das fronteiras entre políticas nacionais e políticas internacionais contribuíram para a criação dos organismos como a World Trade Organizations,( Organização Mundial do Comércio) em sua ultima versão pois, havia iniciado com o GATT (General Agreement on tariffs and Trade) , para que houvesse regulações e não discriminações entre as partes contratantes.
As nações que acreditaram na liberalidade das relações econômicas e comerciais entre si ( inclusive o Brasil) , aderiram as propostas e conseguiram evoluir significativamente, como nação com claros avanços na legislação, na área de tecnologia, economia, educação, porém com o custo de se produzirem seqüelas muito profundas na sua grande maioria da população sem nenhuma qualificação, alijadas do processo de participar da riqueza que foi gerada no novo mundo. Os empregos passaram a ser de pessoas qualificadas com maior grau de instrução, muitas universidades foram autorizadas a funcionar com o claro objetivo de formar novos cidadãos, porém o resultado que nós vemos não é esse, pois aventureiros tomaram conta desta fatia tão importante do mercado.
Seguindo esse principio da liberalidade da auto regulamentação natural do mercado, o mesmo podemos dizer das atividades financeiras, aonde países mais desenvolvidos, sempre consideraram na liberdade democrática, se podemos colocar dessa forma, uma grande alavanca para o lucro , conseqüentemente maior desenvolvimento. Partindo do pressuposto da responsabilidade do compromisso com investidores, a sociedade local e global, pois, o resultado dessas ações, podem promover um desenvolvimento sem precedentes principalmente nos Estados Unidos nos anos de 2000 a 2004.
Porém desapercebidamente, embora com sinalização bastante clara nos indicadores econômicos locais, que a grandiosidade do segmento estava para sofrer um revés, pois vinha declinando com índices menores já no inicio do segundo mandato do atual governo americano (em torno de 3% nos seus preços), o que aliás, parece uma sina pois, o seu pai (George Bush) quando governou o país em meados de 1989, já havia protagonizado no mesmo segmento uma queda de aproximadamente 8% nos preços.
Embora, ao analisarmos somente as crises,convêm ressaltar que nos anos de 2000 a 2004, o volume de negócios no segmento da construção civil nos Estados Unidos, alavancaram um crescimento de 12,% nos seus preços.
Crescimento esse, que analisam os especialistas, se deveu em grande parte, a ganância dos envolvidos, uma vez que os imóveis sofreram valorização constante e ininterrupta durante alguns poucos anos, pagando uma alavancagem de até $35 para cada 1$ investido. Ora sabemos que o número por si só não se sustenta ao longo do tempo, pois o ganho é extremamente elevado com boa dose de risco. Porém parece que a sociedade não se deu conta do risco ou a simples crença nos chamados “gurus” no assunto foi suficiente para que acontecesse uma catástrofe de grandes proporções no planeta das finanças com uma quebradeira generalizada.
Claro, os interesses de quase todos foram preservados, pelas ações de todos os governos envolvidos, protegendo os investimentos, embora com dinheiro de todos os contribuintes, aplicadores ou não desses fundos de investimentos. A grande discussão que hoje permeia o mundo é devemos confiar nas instituições que se dizem sérias nos segmentos que atuam e se preocupam com o dinheiro dos seus investidores? ou não ....
Será que estamos diante de uma crise maior ? as informações que recebemos, os índices econômicos que acompanhamos, são dignos de falta de confiança ? Aonde estão os veículos de comunicação que fazem apologia das grandes marcas, nos influenciando a cada momento da importância de valorização das mesmas. O mundo corporativo parece não ser mais o mesmo.
Ao longo do tempo, percebemos que entre os países desenvolvidos, os ganhos gerados pelas novas conquistas econômicas precisavam ser ampliados de maneira mais fácil e com menos esforços industriais, pois a mão de obra e as novas tecnologias começaram a se multiplicar em progressão geométrica.
As populações desses países passaram a investir nas empresas em todo o mundo, através da compra de seus papéis (ações), que ofereciam ganhos muito maiores, que talvez a renda fixa e com uma dose de risco elevada sabida por todos, haja vista que esse mercado não é freqüentado por pessoas que não tenham tido qualquer experiência ou conhecimento destes procedimentos.
A partir daí, percebeu-se mais uma vez a interdependência das nações,no nosso século pois, os resultados desses investimentos em papéis ficou comprovado através de várias crises anunciadas,como a da Argentina há alguns anos, onde grandes e pequenos investidores foram lesados pelo governo desse país, pois o mesmo decidiu que iria pagar somente aquilo que podia, sem considerar os investidores que ou acreditaram nos papeis do país ou simplesmente arriscaram. O resultado dessa decisão foi que muitos investidores em outras nações ( muitos pessoas físicas aposentados) amargaram grandes prejuízos , pois o rendimento desses investimentos era a sua fonte de renda .
Atualmente, vivemos novamente o mesmo problema, pois investidores do mundo todo, atrás de ganhos mais fáceis, provocaram um grande caos financeiro em muitos países desenvolvidos, ou não, pois as quebras anunciadas, nas principais casas de finanças do novo mundo e no velho mundo, por uma mudança na economia do maior país comprador do planeta, deixaram todos estarrecidos e muito preocupados, haja vista que uma grande parte de suas populações e de suas instituições aplicavam nesse mercado.
Será que as Instituições de Ensino Superior particulares, que sucumbiram a necessidade de cada vez possuírem mais e mais matriculas a cada período letivo, fez com que os homens que são formados e que passaram a cuidar das instituições financeiras ou não se tornassem desprovidos de conhecimentos técnicos suficientes para prever os eventos futuros ?
O desfecho dessa crise, acreditamos, será determinada com ações políticas em conjunto com soluções técnicas de pessoas competentes, e que poderá ser dado um grande passo com as eleições americanas que se realizarão em novembro, onde o interesse econômico irá fazer com que as novas propostas políticas, claro, de interesse próprio, ajustem-se ao longo do tempo e mais rápido do que se imagina.
Os teóricos americanos dizem que, a política e o capitalismo não são mundos independentes um do outro, pois nasceram juntos nos Estados Unidos. A globalização é generosa mas, acreditam que estão implícitos os riscos de todas as nações quando oferecem as suas riquezas, através, das mais variadas ações, inclusive as culturais ( quando são adaptadas as novas realidades escolhidas). O que não está implícito em nenhum tratado de economia ou não é que a ganância não tem limites e, não possui limites.
Mais uma vez, procuramos respostas, ou culpados, para nossas ações passivas ou ativas no processo, as mesmas, que já conhecemos por sinal, serão dadas ao longo das próximas décadas, pois estaremos imaginando soluções ou até elaborando prognósticos sobre o acontecido sem que nos preocupemos sim, com a responsabilidade ou ganância sem limites dos nossos gurus. (Formados em Faculdades Particulares de renome).
Vamos sim defender valores que fazem com que a sociedade possa se orgulhar, para que não precisemos continuar enxergando no terceiro setor, uma forma de levarmos um alento as pessoas menos favorecidas com sua existência. Pois se conseguirmos fazer com que haja uma preocupação global com a boa econômica como geradora de riquezas para muitos em vez de poucos sem duvida eu diria que a humanidade terá dado um grande passo para a verdadeira globalização. A dos seres humanos .

Nelson Alonso Junior
O espaço idéias tem como proposta apresentar opiniões sobre fatos e acontecimentos do momento no Brasil e no mundo.
É tambem uma oportunidade para todos os amigos, alunos, colegas apresentarem sugestões para o desenvolvimento desse espaço de compartilhamento.